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2012 - Livro Vermelho 2013

Leptodontium wallisii (Müll.Hal.) Kindb. VU

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 31-08-2012

Criterio: B1ab(i,ii,iii)

Avaliador: Tainan Messina

Revisor: Miguel d'Avila de Moraes

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

No Brasil, há registro da espécie em Florestas Ombrófilas nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro (EOO=12.534,519 km²), podendo possivelmente ocorrer no Estado de Minas Gerais. Apresenta menos de cinco situações de ameaça considerando que, apesar de estar dentro de unidades de conservação (SNUC), a espécie encontra-se sujeita ao declínio da EOO, AOO e qualidade do hábitat decorrente das queimadas frequentes nas regiões de ocorrência.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Leptodontium wallisii (Müll.Hal.) Kindb.;

Família: Pottiaceae

Sinônimos:

  • > Trichostomum wallisii ;

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Descrita originalmente na obra Enumeratio Bryinearum Exoticarum 63. 1888., a espécie é mais estreitamente relacionada a Leptodontium pungens (Mitt.) Kindb., diferindo desta principalmente nas células submarginais inferiores mais alargadas e na base da folha geralmente mais altamente invólucro (Zander, 1972).

Distribuição

A espécie não é endêmica do Brasil. Apresenta distribuição Neotropical, com registros de ocorrência no continente africano (Costa et al, 2011). No Brasil, ocorre nos Estados de São Paulo e Rio de Janeiro (Costa, 2012). Foi registrada em altitudes que variam entre 1300 e 2750 m (Costa et al., 2011).

Ecologia

Plantas de tamanho médio, com forma de vida do tipo tufo, terrícola ou rupícola (Zander, 1972; Costa, 2012); ocorre em Florestas Ombrófilas Densas (Costa et al., 2009) associadas ao bioma Mata Atlântica (Costa, 2012).

Ameaças

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Severidade high
Detalhes Os remanescente de Mata Atlântica no Estado do Rio de Janeiro, correspondem a 18,38% da área original do bioma no Estado (SOS Mata Atlântica; INPE, 2011) restando somente fragmentos em unidades de conservação (SNUC); o Parque Estadual do Desengano, RJ, umas das áreas protegidas onde a espécies ocorre tem um histórico de ocupação desde a chegada dos europeus. O local passou pelo ciclo do café no século XX e a ocupação humana começou a expandir desde então, formando municípios isolados como Santa Madalena. Hoje a mata ombrófila densa esta presente e preservada apenas nas encostas de alta declividade e nos topos mais altos (Soffiati, 2009). O município de Santa Maria Madalena cobre 81.857 ha de Mata Atlântica. Em 2008 os remanescentes cobriam 25 % dessa área, ou seja, 20.680 ha (SOS Mata Atlântica; INPE, 2011). O Parque Nacional do Itatiaia, também no Rio de Janeiro, apresenta ao longo de sua história episódios de incêndios extensos e duradouros, como o ocorrido em 1963 que atingiu cerca de 10.000 ha, permanecendo ativo por mais de 40 dias. Aximoff; Rodrigues (2011), com base nos incêndios ocorridos em 2001 (600 ha), 2004 (600 ha) e 2007 (800 ha), sugerem padrão de ocorrência trienal para os grandes incêndios mesmo que em áreas não sobrepostas (dados dos limites do incêndio de 2004 não foram encontrados). De maneira a reforçar esta hipótese, em 2010 o PNI teve mais de 1.100 ha de campos de altitude queimados em um único incêndio (Aximoff, 2011).

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Severidade high
Detalhes O Estado de São Paulo originalmente possuía aproximadamente 81,8% (20.450.000 ha) de seu território. Hoje, a Mata Atlântica no Estado representa cerca de 18% da remanescente no Brasil, concentrando-se ao longo do litoral e encostas da Serra do Mar, significando cerca de 8,3% da área do Estado e 83,6% da vegetação nativa ainda existente no Estado.

Ações de conservação

1.2.2.2 National level
Situação: on going
Observações: A espécie consta no Anexo I da Instrução Normativa nº 6 de 23 de setembro de 2008 (MMA, 2008), sendo portanto, considerada oficialmente ameaçada de extinção. Foi considerada "Vulnerável" (VU) em avaliação de risco de extinção empreendida pela Fundação Biodiversitas (2005).

4.4 Protected areas
Situação: on going
Observações: A espécie possui registros dentros dos limites das seguintes unidades de conservação (SNUC): Parque Estadual do Desengano (RJ), Parque Nacional do Itatiaia (RJ) e Parque Estadual da Serra do Mar (SP) (CNCFlora, 2011).

Referências

- FUNDAÇÃO BIODIVERSITAS. Revisão da lista da flora brasileira ameaçada de extinção. Belo Horizonte, MG: FUNDAÇÃO BIODIVERSITAS PARA A CONSERVAÇÃO DA NATUREZA, 2005.

- Base de Dados do Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora). Disponivel em: <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/>. Acesso em: 2011.

- MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Instrução Normativa n. 6, de 23 de setembro de 2008. Espécies da flora brasileira ameaçadas de extinção e com deficiência de dados, Diário Oficial [da] República Federativa do Brasil, Poder Executivo, Brasília, DF, 24 set. 2008. Seção 1, p.75-83, 2008.

- ZANDER, R.H. Revision of the Genus Leptodontium (Musci) in the New World. The Bryologist, v. 75, n. 03, p. 213-280, 1972.

- COSTA, D.P. Pottiaceae in in Lista de Espécies da Flora do Brasil, Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB096813>. Acesso em: 16 maio 2012.

- COSTA, D.P.; PÔRTO, K.C.; LUIZI-PONZO, A.P.; ILKIU-BORGES, A.L.; BASTOS, C.J.P.; CÂMARA, P.E.A.S.;. Synopsis of the Brazilian moss flora: checklist, distribution and conservation. Nova Hedwigia, v. 93, n. 3?4, p. 277?334, 2011.

- GALINDO-LEAL, C; CÂMARA, I.G. Mata Atlântica: biodiversidade, ameaças e perspectivas. São Paulo, SP; Belo Horizonte, MG: Fundação SOS Mata Atlântica; Conservação Internacional, 2005. 472 p.

- COSTA, D.P.; IMBASSAHY, C.A.A.; SILVA, V.P.A.V. Diversidade e importância das espécies de briófitas na conservação dos ecossistemas do estado do Rio de Janeiro. Rodriguésia, v. 56, n. 87, p. 13-49, 2005.

- AXIMOFF, I. O que perdemos com a passagem do fogo pelos campos de altitude do estado do Rio de Janeiro. Biodiversidade Brasileira - Número Temático: Ecologia e Manejo de Fogo em Áreas Protegidas, v. 1, n. 2, p. 180-200, 2011.

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- COSTA, D.P.; SANTOS, N.D. Conservação de hepáticas na Mata Atlântica do sudeste do Brasil: uma análise regional no estado do Rio de Janeiro. Acta Botânica Brasilica, v. 23, n. 04, p. 913-922, 2009.

- COSTA, J. P. O. Avaliação da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica - Cinco anos depois do seu reconhecimento pelo programa MaB - Unesco, Reserva da Biosfera da Mata Atlântica - Caderno 6, São Paulo, SP, 1997.

- SOFFIATI, A. Parque Estadual do Desengano: história, economia e sociedade. Boletim do Observatório Ambiental Alberto Ribeiro Lamego, v. 3, n. 1, p. 51-106, 2009.

- FUNDAÇÃO SOS MATA ATLÂNTICA; INPE. Atlas dos remanescentes florestais da Mata Atlântica período 2005 - 2008, São Paulo, SP, p.156, 2009.

- COSTA, D.P. Comunicação da especialista Denise Pinheiro da Costa, do Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro (RJ), para o analista de dados Eduardo Fernandez, Pesquisador do CNCFlora, em 15/10/2012, 2012.

Como citar

CNCFlora. Leptodontium wallisii in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Leptodontium wallisii>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 31/08/2012 - 17:44:17